Estudo do solo realizado em 2009 pode explicar tremor de terra em Maceió

Um solo “quebrado”, com fissuras verticais, como um chão rachado, somado à ação das águas das chuvas que fazem as camadas de terra se movimentarem e se acomodarem. A explicação é simples e até o momento é o “desenho” que melhor ilustra o tremor de terra percebido por moradores de bairros de Maceió no sábado passado (03).

A explicação tem como base um estudo do solo e das águas subterrâneas na Capital feito em 2009 pelo geólogo Ricardo Queiroz, por meio da Universidade Federal de Alagoas em parceria com instituições de outros estados.

Na pesquisa, o especialista já havia constatado que a cidade está sobre uma bacia sedimentar com várias camadas depositadas há milhões de anos, que não ficaram estáveis ao longo do tempo. Elas sempre se movimentaram (veja imagem).

As movimentações, conforme o estudo, são como quando se mexe em um quebra-cabeças: as peças continuam inteiras, mas se afastam umas das outras. No solo, é parecido, e as camadas se afastam ou se aproximam.

O que houve de diferente nesse fim de semana foi a ação da chuva somada ao episódio registrado no mês de fevereiro no Pinheiro, quando a erosão já havia deixado rachaduras em ruas e imóveis no bairro.

Ricardo Queiroz afirma que esteve no local há poucas semanas e constatou que essas rachaduras seguiram uma direção, de Norte para Sul, ou seja, para cima na direção do Sanatório, para baixo, na direção do Farol / Bebedouro.

Não há terremoto no Brasil, porque ele está sob uma plataforma estável. O que o tectonismo fez foi com as placas quebrassem e criassem falhas. Ficaram camadas depositadas na nossa bacia sedimentar, em posições diferentes, como verdadeiros blocos. Isso é natural da crosta terrestre”, afirma.

Exploração de sal-gema

O geólogo, que também é professor de Engenharia Civil do Cesmac, comentou as especulações sobre a exploração de sal-gema em Maceió ter relação com o tremor, mas descartou tal possibilidade.

Ele afirma que a camada de sal-gema fica situada entre 900 metros e 1.100 metros de profundidade. Quando esse material é retirado, forma-se uma caverna e, ao final da exploração, o espaço é preenchido com água para manter a estabilidade, porém continua sendo monitorado.

Ainda assim, se não houvesse monitoramento e se tivesse havido um desmoronamento, ele afirma que os moradores de Maceió não teriam percebido. “Não há possibilidade de ter havido desabamento. E nesse caso, várias camadas de terras acima tratariam de fechar e a energia seria dissipada ao longo desses 900 metros”, diz.

fonte:tnh1


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