Agropecuária que dá certo

O Agreste responde por metade da produção da avicultura pernambucana. A região é a maior produtora do Nordeste, totalizando dez milhões de ovos por dia e 14 milhões de frangos por mês, embora falte água e não tenha grandes plantios de milho, sorgo e soja próximos, principais rações das galinhas. “Quase todos os produtores começaram pequenos e foram se desenvolvendo com o crescimento dessa região que, por ser muita habitada, é uma grande consumidora desses alimentos (frango e ovos)”, resume o presidente da Associação Avícola de Pernambuco (Avipe), Edival Veras.

É o caso de Fernando Vilela, que foi funcionário da Cooperativa Agrícola de São Bento do Una até 1998 e hoje é dono da Granja Vilela, no mesmo município. “A Cooperativa fechou. Tive que me virar. Aí decidi fazer o que tinha aprendido, que era criar galinha”, conta Fernando. Ele começou o negócio com 2 mil aves e não lembra exatamente o quanto investiu na época, mas diz que não foi muito. Atualmente, na sua propriedade, são 100 mil aves que produzem cerca de 90 mil ovos por dia. A empresa está planejando uma expansão na qual serão investidos R$ 700 mil até 2018. Serão implantados mais dois aviários, totalmente automatizados. “A nossa intenção é chegar a 120 mil aves em produção em fevereiro próximo, porque 22 mil animais estão chegando este mês”, conta. Até novembro de 2018, a granja vai ter 140 mil galinhas.

Uma parte da água que os animais bebem na Granja Vilela é retirada de um reservatório que está a 45 km do local, apesar da empresa também ter reservas de água no seu terreno. Fernando vai ampliar a produção de uma pequena fábrica de ração que atualmente produz duas toneladas. Depois da expansão, serão cinco toneladas, também por hora.

Ele começou o negócio praticamente sozinho e hoje emprega 35 funcionários. “Este ano, somente aqui em São Bento do Una, 15 ou 20 pessoas entraram para a avicultura. Antigamente, a cidade era conhecida pela sua pecuária, mas alguns criadores de gado foram substituindo a atividade pela criação das aves”, explica. Essa troca ocorreu principalmente por causa das grandes estiagens. A criação de galinhas é mais eficiente no uso da água do que a pecuária.

As cidades do Agreste que mais se destacam na avicultura são: São Bento do Una, Caruaru, Garanhuns, Bezerros, Lajedo e Belo Jardim, que também abriga grandes produtores de frango de corte. “Essa produção vem desenvolvendo tecnologia, automação e propagando novos modos de produção que incorporam novidades nas áreas sanitária, de nutrição e genética”, afirma Edival Veras, da Avipe. No Agreste, são cerca de 50 empresas e 1.000 granjas gerando emprego para aproximadamente 75 mil pessoas, segundo a associação.

CAPITAL DO OVO

Uma parte dessa produção se concentra em São Bento do Una, o segundo maior PIB agrícola de Pernambuco, perdendo apenas para Petrolina, no Sertão, que é um dos maiores polos de fruticultura irrigada. O primeiro município responde por 8,5% da agropecuária pernambucana. Mesmo com a crise e a estiagem, o setor tinha uma participação de 41,76% do PIB daquele município em 2010. Em 2014, esse percentual passou para 55,16%. São produzidos cerca de 5 milhões de ovos por dia na cidade conhecida como a capital do ovo, de acordo com a Avipe e a Prefeitura de São Bento do Una.

fonte: jc online


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