Velejadores brasileiros vão passar 80 dias no mar em expedição para a África do Sul

José Spinelli se tornou instrutor de vela e recebeu o convite para velejar até a África do Sul há alguns anos. O professor gostou da ideia e percebeu uma oportunidade de ensinar os alunos na prática.

“É bom, porque é como se fosse a formatura dos alunos. Grande parte foi ‘picado pelo mesmo bichinho que eu’ e hoje eles também têm veleiro, alguns moram em barco, outros estão rodando pelo mundo”, contou o velejador.

Desde o início da jornada, já foram três expedições. Agora spinelli está se preparando para mais uma que vai partir de Ubatuba no dia 15 de novembro. São aproximadamente 35 dias para cruzar o atlântico até a África do Sul e 45 dias para voltar ao solo brasileiro

O interior do veleiro é composto por três camas, uma cozinha com fogão, a mesa de navegação, o quarto do comandante e um banheiro.

O barco precisa de vento para movimentar as velas e consequentemente, viajar. O motor é acionado poucas vezes, somente para aquecer a água do chuveiro e carregar baterias. Em caso de tempestades, a embarcação se adapta às condições climáticas e reduz as velas para ajustar o rumo.

Uma das alunas de Spinelli, Teodora Prado, fez parte da terceira expedição realizada no ano passado. Ela fez o trajeto de volta da África para o Brasil e agora se prepara para ser a imediata, a segunda pessoa no comando da quarta expedição do Soneca.

Formada em administração de empresas, a mulher trabalhava em São Paulo e largou o emprego há cerca de um ano e meio para viver em um veleiro, que chamou de ‘Curumim’.

“Essa viagem foi literalmente divisora de águas na minha vida. Eu não imaginava ser capaz, tanto é que olhava pra um barco, um veleiro e achava inacessível, fora da minha realidade. Mudei de profissão assim que cheguei “, relatou Teodora.

Hoje, Teodora trabalha como Skipper, uma profissão em que a pessoa é responsável por navegar embarcações. Ela conta que navega, principalmente, os veleiros.

“Viver o mar, a expedição, morar a bordo, acho que é a melhor coisa que tem na minha vida. Meu único arrependimento foi não ter começado antes”, disse.