59.627 homicídios em 2014. Alagoas tem a maior taxa. O desarmamento é um sucesso!

Creio que a ironia contida no título deste artigo seja clara. O problema é quando algo assim é publicado como sendo uma verdade. É quase inacreditável, mas acontece com uma frequência assustadora. No caso em questão, uma reportagem em um dos maiores jornais do país, o Estado de São Paulo, que noticiou no último dia 26: “Armas estão em 71% dos assassinatos e NE lidera. Proporção é recorde em 34 anos; Estatuto evitou crescimento”. A reportagem é assinada pelo jornalista Marco Antônio Carvalho.

Por mais que alguns sociólogos tentem subverter a realidade, dando-lhe um tom ameno com o discurso do “podia ser pior”, a realidade é que no Brasil os bandidos continuam tendo fácil acesso ao ferramental necessário para o cometimento de seus crimes. Enquanto seiscentas mil pessoas caíram no conto do “entregue sua arma para ficar mais seguro” e 90% das lojas que vendiam armas fecharam no Brasil, os homicídios bateram todos os recordes históricos, em especial na região nordeste, exatamente onde, há menos armas registradas e, também, onde houve maior participação da população nas tais campanhas de entrega voluntária de armas.

De acordo com o Atlas da Violência 2016, que comparou os homicídios de 2004 até 2014, exatamente os anos sob a vigência do malfadado Estatuto do Desarmamento, tivemos um crescimento substancial dos assassinatos em 19 estados e a redução, em sua maioria pouco significativa, em apena 8 entes da federação. Oras, como dizer que a lei vigente sobre armas e munições, uma legislação federal, só fez algum efeito na minoria dos estados? Impossível afirmar isso!

Dos estados com alguma redução – redução essa que se deve única e exclusivamente às políticas de segurança pública e a fatores locais, não havendo qualquer possibilidade séria de se relacionar essa queda ao estatuto – estão São Paulo e Rio de Janeiro com reduções de 52,4% e 33,3%, respectivamente. Por serem os estados mais populosos, óbvio ululante, tais quedas se refletiram na média nacional. Disto para dizer que o Estatuto do Desarmamento salvou x vidas há uma distância intransponível dentro de qualquer honestidade de avaliação!

No nordeste, como eu já afirmei, onde há o menor número de armas registradas, onde houve a maior participação e empenho nas campanhas de desarmamento, os corpos vão se amontoando. Dos seis estados com crescimento de mais de 100% nas taxas de homicídios, todos estão na região! Alagoas possuiu hoje a inaceitável taxa de 63,3 homicídios por 100 mil habitantes o que lhe confere, desde 2006, a primeira colocação nesse trágico ranking. Pergunto aos amigos alagoanos, entre eles o querido Luís Vilar: e o tal ônibus do desarmamento fez o que além de consumir verba pública? Está na hora do governo embarcar em um ônibus chamado realidade, isso sim!

Além de tudo acima temos o Rio Grande do Norte com mais de 300% de crescimentos em suas taxas, Maranhão com mais de 200%, o cidadão desarmado, refém dos criminosos e da ineficácia do Estado. Os criminosos armados com o tipo de armamento que bem entender e mesmo assim, de acordo com muitos jornalistas e “especialistas”, o desarmamento é um sucesso! Afirmar isso não é ironia, é desonestidade pura e simples!


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