Como é o supercomputador brasileiro que está entre os mais rápidos do mundo

Chamado de Santos Dumont, máquina está na lista TOP 500, organização que ranqueia os melhores equipamentos. Equipamento tem papel importante para pesquisa científica do país e sua memória equivale a 25.824 notebooks.

Supercomputador Santos Dumont — Foto: Reprodução - Laboratório Nacional de Computação Científica

Supercomputador Santos Dumont — Foto: Reprodução – Laboratório Nacional de Computação Científica

Imagina um computador que consegue resolver bilhões de contas matemáticas por segundo. Ele existe no Brasil e se chama supercomputador Santos Dumont, em homenagem ao famoso aviador brasileiro.

Em 2022, a máquina ficou na 178ª posição do ranking de computadores mais rápidos do mundo da TOP 500, uma associação sem fins lucrativos que analisa o desenvolvimento tecnológico deste setor há mais de 20 anos.

No Brasil, o Santos Dumont tem sido essencial para pesquisas científicas, diz Wagner Vieira Léo, coordenador de Tecnologia da Informação e Comunicação do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), do Ministério da Ciência.

Durante o auge da pandemia de covid-19, em 2020, ele chegou a auxiliar pesquisadores no sequenciamento do coronavírus. No mesmo ano, a máquina ajudou outros cientistas na formulação de um diagnóstico de risco de infarto do miocárdio.

O g1 conversou com o coordenador do LNNC, e com Carla Osthoff, especialista em processamento de alto desempenho, para entender o que é e como funciona o Santos Dumont.

💻 Como funciona o supercomputador?

O equipamento opera com alta velocidade de processamento, grande capacidade de memória, rede de comunicação e sistema de armazenamento paralelo.

A máquina é formada por um conjunto de computadores simples. Na prática, os grandes volumes de informação são processados em partes menores por cada um desses dispositivos.

Cada um dos computadores mais simples realiza três etapas: processamento de um pequeno lote de informações, comunicação com os outros dispositivos e armazenamento.

Comparação entre um notebook comum e o supercomputador. — Foto: Arte/g1

Comparação entre um notebook comum e o supercomputador. — Foto: Arte/g1

💻 Onde foi desenvolvido?

O supercomputador foi desenvolvido na França e adquirido pelo governo brasileiro por R$ 50 milhões, em 2015. Ele está armazenado no Rio de Janeiro, na base da LNCC, em Petrópolis.

Em 2019, o Santos Dumond chegou a ganhar uma nova atualização, feito que garantiu a ele um lugar na lista dos computadores mais rápidos do mundo, da TOP 500. Essa associação compila e analisa modelos de computadores para identificar e acompanhar os desenvolvimentos e tendências tecnológicas.

Para isso, são considerados os fabricantes e usuários de sistemas de alto desempenho, arquiteturas, interconexões, processadores e sistemas operacionais.

📚 Importância para estudos científicos

O supercomputador tem um papel fundamental no desenvolvimento tecnológico e científico no Brasil.

Com ele, é possível acelerar os resultados das pesquisas, viabilizar análise de dados e a simulação de problemas, além de criar modelos matemáticos e propor soluções para problemas científicos e tecnológicos.

Supercomputador já contribuiu para pesquisas sobre coronavírus e infarto. — Foto: Arte/g1

Supercomputador já contribuiu para pesquisas sobre coronavírus e infarto. — Foto: Arte/g1

A máquina de alto desempenho está disponível para instituições brasileiras públicas ou privadas, para suporte a atividades de ensino, pesquisa e desenvolvimento.

Todo pesquisador vinculado a uma instituição brasileira, com um problema relevante e que demande um sistema computacional de larga escala, pode submeter propostas para utilizar os recursos computacionais do Santos Dumont.

Antes de ter o supercomputador, os pesquisadores brasileiros precisavam de cooperações internacionais para realizar os estudos, afirmam especialistas. Isso diminuía o volume de pesquisas e o lucro.

Hoje, 256 projetos utilizam a máquina para o desenvolvimento de pesquisas.

Unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação em Petrópolis (RJ). — Foto: Divulgação - Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

Unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação em Petrópolis (RJ). — Foto: Divulgação –

créditos: g1


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