Acidente registrado no dia 27 de setembro resultou na morte do operador tanque Luiz Carlos Silva.
Fiscais do Ministério Público do Trabalho (MPT) realizaram, na manhã desta segunda-feira (02), uma fiscalização na empresa onde um trabalhador morreu após explosão de caminhão-tanquee constatou uma série de irregularidades. O acidente aconteceu na manhã do dia 27 de setembro, em Maceió.
Segundo os fiscais do MPT, a empresa, que atua na soldagem, pintura e outros reparos de máquinas pesadas, atua em condições precárias submetendo empregados a riscos de acidentes de trabalho.
Na ocasião, foi colhido depoimentos dos trabalhadores e verificado que a empresa não oferece treinamento específico aos funcionários e nem todos os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) necessários – a exemplo de luvas, capacetes, óculos, protetores auriculares e botas.
Dentre as irregularidades, o MPT não encontrou nenhum programa de proteção contra incêndio, sinalização de segurança e de emergência e não identificou a existência do Programa de Proteção de Riscos Ambientais (PPRA).
Além disso, o único extintor existente no ambiente encontrava-se vencido e com o lacre rompido.
O ambiente de trabalho da empresa também não apresentava condições sanitárias adequadas, o que compromete a saúde no ambiente de trabalho.
Foram encontrados banheiros sem higienização, armários inadequados para as atividades insalubres desenvolvidas, iluminação inadequada, refeitório com higienização insuficiente e ausência de local para guarda e aquecimento da refeição dos trabalhadores.
Irregularidades
A procuradora do Trabalho Rosemeire Lobo expôs que notificará novamente a empresa a apresentar a documentação necessária para o andamento do inquérito civil.
“Verificamos o que a empresa deve adotar no seu ambiente de trabalho para evitar novos acidentes e estamos reunindo toda a documentação necessária para efeito de instruir o processo de investigação. O trabalho é de constatar o que aconteceu, mas também de evitar que aconteçam outros acidentes e que trabalhadores sejam expostos a riscos”, disse a procuradora.
Para o perito do Trabalho Joceilton Rodrigues, é essencial que um ambiente laboral possua condições que eliminem, neutralizem ou minimizem os riscos ambientais a que os trabalhadores estão expostos diariamente.