Aves chamam atenção pelo brilho das penas com características únicas.
Os beija-flores pertencem à família Trochilidae e são aves exclusivas das Américas. Como o próprio nome popular diz, possuem uma relação forte com as flores. Nelas buscam o alimento e se tornam paralelamente agentes fundamentais da polinização. No mundo existem mais de 360 espécies de beija-flores. Só no Brasil são encontradas 83 delas. Eles chamam atenção pela beleza e pela forma que voam: são ágeis e realizam movimentos que nenhuma outra ave é capaz de executar, como voos para trás, além de “pairarem” no ar. Mas além disso, esses seres belíssimos possuem muitas outras características particulares. Confira abaixo:
Dieta dos beija-flores consiste em néctar e pequenos insetos — Foto: Rudimar Narciso Cipriani
1) O AÇÚCAR NÃO FAZ MAL A ELES
A dieta alimentar dos beija-flores consiste apenas em pequenos insetos e néctar. Essas aves podem chegar a visitar mais de 200 flores para se alimentar em um único dia. O resultado disso é um alto consumo de açúcar. Mas será então que os beija-flores podem ter problemas de saúde por consumir tanto açúcar? A resposta é não. Essas aves tem características adaptativas e grande parcela da glicose consumida é filtrada na urina. O néctar é o combustível que os beija-flores precisam para acumular gordura corporal antes de realizarem grandes migrações, por exemplo.
Batimentos cardíacos dos beija-flores podem chegar até 1.260 por minuto — Foto: Ananda Porto/TG
2) CORAÇÃO GRANDE E ACELERADO
Os beija-flores são considerados máquinas de voar. Uma curiosidade é que os motores, ou melhor, o coração dos colibris são gigantes se comparados relativamente com o tamanho do corpo de qualquer outra espécie. O coração de um beija-flor pesa o equivalente de 1,9 a 2,5% do peso do corpo que geralmente varia de 2,4 g a 5g. O nosso coração por exemplo equivale apenas a 0,5% do peso total do nosso corpo. Pesquisas apontam que o coração dessas aves movimentam sangue 100 vezes mais depressa do que o do homem. Já foram registradas frequências cardíacas de até 1260 batimentos por minuto. E nem em repouso o bichinho sossega. Existem dados que mostram que a frequência respiratória dos beija-flores chega a 260 inspirações por minuto, mesmo quando ele está parado.
Para economizar energia beija-flores entram em torpor nos dias mais frios — Foto: Ananda Porto/ TG
3) FASE DE TORPOR
Como qualquer máquina, os beija-flores também precisam descansar, ou melhor economizar energia, afinal eles consomem muito dela. Mas eles também gastam as calorias em vaivéns frenéticos. O metabolismo rápido impressiona e não é a toa, são considerados um dos seres que apresentam as taxas metabólicas mais altas se comparada ao tamanho do corpo de qualquer outro animal da Terra. Para poupar combustível, em dias frios e ao anoitecer, os beija-flores economizam energia entrando na fase de torpor. Nessa fase o ritmo do batimento cardíaco diminui e eles aparentam até estarem “mortos”.
Fêmeas não são tão coloridas mas são as responsáveis por criar o ninho e cuidar da prole — Foto: Ananda Porto/ TG
4) FÊMEAS EM AÇÃO
Em muitas espécies de beija-flores é possível notar um dimorfismo sexual grande. Geralmente os machos se destacam mais do que as fêmeas com um colorido impressionante. Mas a função deles se limita a apenas isso: encantar e conquistar a parceira. Pouca gente sabe, mas são exclusivamente as fêmeas dos beija-flores quem constroem os ninhos e cuidam dos filhotes.
O estrelinha-ametista é considerado um dos menores beija-flores da fauna brasileira. — Foto: Ananda Porto/TG
5) LEVEZA E MIUDEZ
Os beija-flores são aves pequenas e a família reúne algumas das menores aves do mundo. Apresentam um tamanho variado, que vai de 6 a 15 centímetros, e pesam poucas gramas. Espécies como o topetinho-vermelho, considerado o menor do Brasil, é mais leve do que uma moeda de um centavo, por exemplo. Apesar da delicadeza os beija-flores impressionam com a potência. Algumas espécies, como o estrelinha-ametista, podem bater as asas 80 vezes em um segundo.