Audi A7: primeiras impressões

G1 andou na nova geração do sedã com visual de cupê na África do Sul. Modelo é um dos mais tecnológicos à venda, mas preço deve ser desafio para ambições no Brasil.

Este texto não é sobre futebol. Mas envolve Brasil, Alemanha e o número 7. Este último, no caso, acompanhado de uma letra. E, em tempos de Copa do Mundo, a expectativa aqui não é de um final traumático, como o 7×1 no mundial passado.

O Audi A7 é o sedã alemão que vai tentar, a partir da virada do ano, fazer sucesso entre os brasileiros. Para “driblar” seus concorrentes, ele chega com as credenciais de um dos carros mais tecnológicos do mundo, além de ter passado por uma reformulação visual completa.

Só que a Audi ainda não definiu seu preço aqui no Brasil. Na Alemanha, um exemplar semelhante ao avaliado pelo G1 custa mais de 82 mil euros (R$ 355 mil, na conversão simples).

O “apito inicial” para o A7 foi dado na Cidade do Cabo, África do Sul. Este foi o local escolhido pela fabricante para promover o test-drive da nova geração do modelo – a segunda.

Se o sedã com jeitão de cupê fosse uma pessoa, ele teria inteligência acima da média.

Tabela de concorrentes do Audi A7 (Foto: Fotos: André Paixão/G1 e divulgação)Tabela de concorrentes do Audi A7 (Foto: Fotos: André Paixão/G1 e divulgação)

Tabela de concorrentes do Audi A7 (Foto: Fotos: André Paixão/G1 e divulgação)

A Audi fala que o novo A7 tem 39 auxílios ao motorista. Isso vai desde um simples sensor de estacionamento ao inédito sistema de estacionamento por meio de um aplicativo, que será lançado ainda este ano.

No test-drive de aproximadamente 200 km, pelas redondezas da Cidade do Cabo, o G1 pôde experimentar alguns destes sistemas.

Vai sozinho

Lista de radares e sensores do novo Audi A7 (Foto: Divulgação)Lista de radares e sensores do novo Audi A7 (Foto: Divulgação)

Lista de radares e sensores do novo Audi A7 (Foto: Divulgação)

O A7 pode ser considerado um dos sedãs mais tecnológicos do mundo. Para garantir que tudo fique sob controle, um batalhão de aparatos eletrônicos. São 12 sensores ultrassônicos, cinco sensores de radar, cinco câmeras e mais um scanner a laser.

Com todos esses recursos, o carro vai além das assistências básicas, como sensores de estacionamento (dianteiro e traseiro) e câmera de ré. Com o veículo em movimento, há alertas de ponto cego e de colisão frontal (com frenagem automática).

A lista continua com auxílios para manter uma distância pré-estabelecida para o veículo que vai à frente e de manutenção de faixa. O carro inclusive consegue fazer algumas curvas virando o volante de forma autônoma (como alguns modelos à venda no Brasil).

Em situações de trânsito mais pesado, o veículo também assume as funções de aceleração e frenagem. Mas estes recursos não foram testados, já que o tráfego na Cidade do Cabo ajudou.

A Audi já oferece estes aparatos no Brasil, nos modelos A5 Q5. Ambos já foram testados pelo G1 no Brasil, e o A7 mostra que houve evolução no ajuste fino na atuação dos auxílios.

Adeus, touchpad

A Audi manteve a pegada futurista na cabine, e a tecnologia lá está ao alcance das mãos – literalmente. A Audi dispensou praticamente todos os botões do interior. Restaram apenas os essenciais, de ignição, freio de estacionamento, modos de condução e volume do som.

Todo o resto migrou para as duas telas no console central. A superior, de 10,1 polegadas, tem comandos de som, navegação e configurações gerais do veículo.

A novidade é a tela inferior, de 8,6 polegadas, também é sensível ao toque, e reúne controles de climatização e entrada de texto – substituindo o confuso touchpad, que obrigava o motorista a desenhar as letras.

A sensibilidade, nos dois casos, é outro ponto forte, e lembra o toque em uma tela de celular.

A quantidade de telas poderia deixar a cabine muito carregada. O efeito prático é contrário.

O interior do A7 tem extremo bom gosto na escolha de materiais, combinando metal, plástico brilhante e couro.

A arquitetura da cabine também mistura diversos níveis, mas os recortes retos predominam.

Híbrido de leve

O discurso tecnológico ganha força na parte mecânica. O A7 ainda não é movido por fontes de energia alternativas – há inclusive uma opção a diesel, o mais novo vilão em cidades europeias.

A evolução fica por conta de um sistema híbrido leve. Um motor elétrico de 48 volts ajuda a economizar combustível em situações específicas, como dar a partida no motor a combustão. Com isso, o consumo médio, no ciclo europeu (que é diferente do nosso), fica em 14,7 km/l na versão a gasolina.

É esta que será vendida no Brasil. O V6 de 3 litros entrega 340 cavalos e 51 kgfm. Completam o conjunto uma transmissão de dupla embreagem de 7 marchas e a tração integral.

O modelo avaliado na África do Sul ainda contava com suspensão a ar e rodas traseiras direcionais – elas viram até 5 graus na direção contrária às da frente, para ajudar em manobras – e 2 graus na mesma direção das dianteiras, para garantir maior estabilidade em velocidades mais altas.

No caso da suspensão, o A7 se mostrou bastante confortável, mas ao mesmo tempo preciso nas muitas curvas das bem conservadas rodovias sul-africanas. Este é o maior mérito do sedã na comparação com o a geração anterior.

Apesar de ter praticamente 5 metros de comprimento e 3 de entre-eixos (veja a ficha técnica), o A7 não dá a sensação de ser um carro difícil de dirigir ou manobrar.

Motor discreto

Voltando ao motor, mesmo quando o motorista opta pelo mais esportivo dos modos de condução (são 6 deles, feitos para agradar todo o tipo de condutor), o isolamento acústico é impecável.

Curiosamente, o silêncio pode ser considerado uma das – poucas – falhas do A7. Não que o desempenho do carro não seja convincente. A Audi fala que ele acelera de 0 a 100 km/h em 5,3 segundos, e alcança os 250 km/h.

Só que os bons números não vêm acompanhados de um ruído empolgante do motor. Até ouve-se um “assobio” da turbina, mas a timidez prevalece. Para motores V6, a referência em sonoridade ainda é da Jaguar.

Conclusão

Por enquanto, não é possível nem compará-lo com o Mercedes-Benz CLS, seu maior concorrente. Isso porque o rival também não chegou ao Brasil – a Mercedes não fala em data para a chegada da nova geração.

A marca ainda não definiu o pacote de equipamentos para a versão brasileira, nem a faixa de preço que o A7 irá ocupar. Mas estes são fatores determinantes para o sucesso do modelo por aqui.

A Audi tem caprichado nos itens dos carros à venda por aqui. O problema é que, quase sempre, os recursos mais legais são vendidos opcionalmente. E aí o preço sobe bastante.

Se isso não acontecer com o A7, ele tem tudo para ser a melhor escolha entre seus pares. Agora, se a Audi exagerar na conta, existe um Porsche Panamera Sport Turismo pronto para roubar clientes.


Warning: A non-numeric value encountered in /home/storage/6/f3/21/issoenoticiaal/public_html/wp-content/themes/Newspaper/includes/wp_booster/td_block.php on line 353