Risco de rompimento em MG pode ser maior do que informou a Vale, diz Ministério Público

Mineradora não apresentou estudo de ‘dam brake’ conforme determinado anteriormente pela Justiça e, agora, tem 72h para cumprir decisão

Barragem Sul Superior fica no município de Barão de Cocais, em Minas Gerais Foto: Reprodução/TV Globo

RIO – O Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) avalia que o risco envolvido no possívelrompimento de uma estrutura daVale em Minas Gerais (MG) pode ser maior do que o informado anteriormente pela mineradora . Durante a semana, o MP recebeu um documento relativo ao possível rompimento do talude norte da cava da mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais, entre domingo e o próximo sábado. O pedido dos procuradores agora, já com chancela judicial, é que a Vale atualize os estudos sobre os possíveis impactos de um acidente, que poderia provocar consequências graves caso atinja a barragem Sul Superior da mina. A Justiça concedeu prazo de 72h para a ação seja realizada.

Em decisão proferida na sexta-feira, a juíza Fernanda Chaves Carreira Machado, do Tribunal de Justiça de MG, determinou o prazo de três dias para apresentação do chamado “estudo de dam brake” e estipulou em R$ 300 milhões a multa em caso de descumprimento. Em decisão judicial anterior, a Vale já havia sido convocada a apresentar esses dados, mas não forneceu dados sobre o impacto da mancha de inundação para o caso de rompimento de toda a estrutura.

De acordo com o MP, “a situação do complexo minerário, conforme informações fornecidas pela própria empresa, está pior”. Há, de acordo com o órgão, um risco somado de rompimento da própria barragem de alteamento e de desabamento do talude da cava norte, localizado acima da barragem. As consequências do rompimento do talude envolveriam o lançamento de mais materiais, água e rejeitos sobre a barragem Sul Superior, que já está sob alerta.

Para a magistrada, “o descumprimento da liminar e o cenário calamitoso autorizam a majoração da multa, antes mesmo da oitiva da empresa, como forma de lhe impulsionar a iniciativa de resguardar a dignidade do povo cocaiense e contribuir com a segurança da sociedade que vive no local onde a mineradora aufere bilhões em lucro”.

Em nota, a Vale informou que, no prazo fixado pela determinação judicial, “apresentou o relatório mais atualizado de dam break da Barragem Sul Superior, explicando naquela oportunidade a adequação dos critérios técnicos”. A empresa diz que não foi intimada de qualquer “decisão quanto a eventual descumprimento da decisão liminar”.


Warning: A non-numeric value encountered in /home/storage/6/f3/21/issoenoticiaal/public_html/wp-content/themes/Newspaper/includes/wp_booster/td_block.php on line 353