Agro mineiro em alerta para atender à crescente demanda por alimentos

Território amplo, diversidade ambiental e produção eficiente são pontos fortes do setor.

Como alimentar uma população prevista para chegar a 10 bilhões de pessoas até 2050? A estimativa global é da Organização das Nações Unidas, que também chama a atenção para a crise sanitária da Covid-19 e sua relação com uma possível crise alimentar. Em qualquer contexto, o Brasil é visto como fundamental para ajudar a mitigar a fome em escala mundial, o que, consequentemente, coloca Minas Gerais e sua vocação para o agronegócio em foco.

A pluralidade de condições ambientais distribuídas em três biomas – Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica – em um território vasto do tamanho de países como França e Espanha, faz de Minas Gerais um polo expressivo na produção de alimentos. Os cultivos são variados, até mesmo para atender a múltiplos hábitos de consumo nas diferentes regiões de MG.

“O estado é extremamente diverso e possui o maior número de municípios no Brasil, são 853. A agricultura mineira – tecnificada, produtiva e eficiente – tem caráter altamente estratégico na produção de alimentos”, ressalta Demetrius David da Silva, reitor da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

O agronegócio em MG, um dos pilares da economia estadual, passou pela pandemia com segurança alimentar, garantindo tanto o abastecimento interno, como a exportação de excedentes. Segundo a Fundação João Pinheiro, em 2020 o setor em Minas bateu recordes e o Produto Interno Bruto (PIB) alcançou seu maior valor nos últimos dez anos: R$ 150 bilhões.

“Todas as cadeias produtivas do agronegócio em nosso estado têm crescido muito. Minas Gerais possui a agricultura mais diversificada do Brasil, com mais de 50 cultivos de expressão econômica, além de relevância na pecuária. O setor é muito pujante e temos grande possibilidade de crescer”, assinala Ana Maria Soares Valentini, Secretária de Agricultura de Minas Gerais.

O chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo, Frederico Ozanan Machado Durães, também é otimista quanto às perspectivas para o agro mineiro: “O fato de ser um estado com amplo território, populoso e com densidade demográfica baixa, abre para Minas a possibilidade de revisitar tanto a lógica da diversidade, quanto a estratégia do Brasil em relação a commodities, assim como a chance de estabelecer um ordenamento territorial com vias a alinhar uma nova fronteira agrícola do Brasil.”

Destaques

De acordo com o Balanço do Agronegócio de Minas Gerais 2020, da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), o estado figura em primeiro lugar, no ranking nacional, em produção e exportação de café, e está na mesma posição em produção de leite. No ‘agro exportador’ são relevantes, ainda, os complexos sucroalcooleiro e da soja. Em relação à carne bovina, Minas aparece com o terceiro maior rebanho do país. O estado é o 4º maior produtor de frutas do Brasil, abastecendo o mercado interno e atendendo à demanda internacional. MG está em 1º lugar nacional na produção de morango e marmelo, é o 2º maior produtor de abacate, laranja, limão e tangerina e o 3º maior produtor de banana e abacaxi. Quanto às hortaliças, MG é o segundo maior produtor nacional nessa categoria. Os produtores mineiros são líderes na produção de alho e batata, além de ocuparem lugar de destaque na produção das olerícolas mais importantes para o Brasil, como tomate, cebola, cenoura, brócolis e mandioquinha-salsa.

 — Foto: GettyImages

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“Na diversidade de produção mineira, temos produtos que são típicos de uma agricultura mais empresarial, como é o caso da soja e do milho, e uma série de outros típicos da agricultura familiar. Já o café se dá muito bem nas duas. Temos cerca de 140 mil cafeicultores no estado e, a maioria, cerca de 120 mil, é formada por agricultores familiares. Estamos percebendo que Minas vem tomando consciência da pujança do agro e ampliando seu potencial de produção”, explica Feliciano

Tradição e tecnologia

As perspectivas otimistas para o agronegócio em Minas também vêm acompanhadas de desafios. Entre eles, o da digitalização do campo, que exige amplo uso de tecnologias digitais de ponta capazes de otimizar a gestão e a produção agrícola, reduzindo custos, racionalizando o uso de insumos e aumentando a produtividade – a chamada agricultura 4.0.

“A produção de alimentos com utilização de novas tecnologias vem permitindo, inclusive, que áreas de pastagens degradadas sejam convertidas em áreas de lavouras. Isso gera aumento na produção sem necessidade de desmatamento para ampliar a área de plantio”, pontua a Secretária de Agricultura, acrescentando que “Minas cumpre seu papel preservando 33% da vegetação nativa do estado, com necessidade de adotar medidas pontuais para problemas de degradação ambiental.”

créditos: g1


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