Manifestantes deixam a Alerj após duas horas de protesto

Grupo retirou tapumes e entrou na assembleia no início da tarde. Manifestantes deixaram casa cantando hino nacional, de mãos dadas.

Manifestantes que ocuparam a Assembléia Legislativa do Rio (Alerj) no início da tarde desta terça-feira (8) deixaram o prédio de mãos dadas por volta das 17h. O grupo se encaminhou para a parte externa do palácio cantando o hino nacional. Eles ficaram por quase três horas, ocuparam a mesa da presidência no plenário e depredaram a sala da vice-presidência.

O grupo arrancou os tapumes que estavam diante do Palácio Tiradentes, e, após confusão e correria, teve acesso ao plenário.

Momentos antes, outro grupo de manifestantes tentou entrar no local pelos fundos, mas foi rechaçado pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar (BPChq).

Em nota, Jorge Picciani condenou a invasão e disse que ela foi “um crime e uma afronta ao estado democrático de direito. Leia, abaixo, a íntegra do texto.

“A invasão do plenário da Alerj é um crime e uma afronta ao estado democrático de direito sem precedentes na história política brasileira e deve ser repudiado. Esse é um caso de polícia e de justiça e não vai impedir o funcionamento do Parlamento. No dia 16 iniciaremos as discussões das mensagens enviadas à Alerj pelo Poder Executivo. Os prejuízos causados ao patrimônio público serão registrados e encaminhados à polícia para a responsabilização dos culpados”.

Vários funcionários da assembleia foram dispensados. Não havia deputados no plenário no momento da invasão. Salas da assembleia, como a da vice-presidência, foram destruídas pelos manifestantes.

O grupo entoava gritos de guerra como “Uh, é Bolsonaro” e “Ô Picciani, pode esperar, a tua hora vai chegar”, em referência ao presidente da casa, Jorge Picciani (PMDB), que declarou apoio ao pacote do governo do estado contra a crise, anunciado na última sexta-feira.

Posteriormente, o deputado Wagner Montes (PRB) começou a debater com os manifestantes e discursar. O deputado Paulo Melo (PMDB) disse que foi intimidado por ativistas durante manifestação.Ele nega que tenha sido agredido, mas diz que os ânimos estão acirrados. Parte do grupo é formada por policiais, que, segundo ele, estariam armados.

“O cara começou a me ofender, com a cara cheia de álcool, vai para manifestação bebendo. [Eu] Estava dando uma entrevista, ele começou a gritar. Pressionar os deputados é legítimo para quem garantir seus direitos, intimidar que não é legítimo. Meu voto não vai mudar por causa de intimidação. Sou homem de ser convencido, não de ser amedrontado. O clima ficou muito quente, como são policiais havia muitas pessoas armadas. Alguns de forma educada, outros de forma muito agressiva”.

G1Sala da vice-presidência da Alerj é destruída

Sala da vice-presidência da Alerj é destruída

Desde a manhã, servidores da área da segurança pública do Rio de Janeiro realizaram um protesto, no Centro do Rio, contra o que eles chamam de “pacote de maldades”. No ápice do protesto, segundo o Batalhão de Grandes Eventos da PM, havia 10 mil pessoas no ato. Às 16h, cerca de 3 mil.
Na semana passada, o governo do estado anunciou medidas com as quais pretende sanear as finanças do Rio. Em cartazes, os manifestantes pediram mais respeitos aos policiais e demais servidores do governo do estado.

As escadarias ficaram lotadas e os funcionários pediram que o governo pague em dia. Gritando palavras de ordem contra as medidas de austeridade, o grupo afirmou que continuará a se manifestar até ser ouvido.Entre as medidas anunciadas pelo governador estão a suspensão de reajustes salariais já concedidos, o aumento das alíquotas de contribuição previdenciária, o desconto de 30% dos vencimentos de inativos para reforçar o caixa da Previdência estadual, o corte de gratificações pagas a comissionados, o fim de programas sociais e a extinção de órgãos públicos.

“Hoje, especificamente, por causa do ‘pacote das maldades’, as lideranças da Polícia Civil, a coligação, o sindicato de agentes e delegados, os peritos papiloscopistas, estão vindo trazendo uma carta de repúdio à Comissão de Segurança Pública e assuntos de polícia na pessoa do seu presidente, que é a deputada Marta Rocha. Nós queremos que os deputados sejam sensíveis e que barrem essas medidas que tanto impactam na vida na vida do funcionário público, principalmente na segurança pública”, destacou o presidente da coligação dos Policiais Civis do Rio de Janeiro, Fabio Meira.

O presidente do Sindicato dos Delegados do Rio, Rafael Barcia, destacou que os trabalhadores estão atuando no limite dos recursos no combate à criminalidade no estado. Ele acredita que os maiores penalizados com as medidas do governo são os cidadãos.

Maioria das medidas do pacote depende da Alerj

A maioria das medidas anunciadas nesta sexta-feira (4) pelo governo do Rio de Janeiro para equilibrar as contas públicas depende da aprovação do Legislativo. Ao todo, foram enviados à Assembleia Legislativa do estado 22 projetos de lei por parte do Executivo, entre eles os polêmicos textos que sugerem o aumento do desconto previdenciário de 11% para 14% e a contribuição para aposentados isentos (que recebem menos de R$ 5.189) e terão desconto de 30% do salário.

Fonte: G1

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