Operação Turbulência: PF cita Biu e Arthur

Pai e filho. Benedito de Lira é senador. Arthur Lira é deputado federal e presidente da importante Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. Ambos são do PP de Alagoas. Além dos laços sanguíneos e políticos, eles também estão unidos quando o assunto é investigação policial. É o caso das investigações da Operação Lava Jato, onde os dois são alvos.

Agora também estão juntos na Operação Turbulência desencadeada pela Polícia Federal nesta terça-feira (21). Segundo reportagem publica na Veja, os federais descobriram uma ligação entre uma organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro e os dois políticos alagoanos.

A revista teve acesso a documentos sigilosos e revela que os parlamentares teriam recebido propinas através de uma empresa-fantasma que, desde 2010, movimentou cerca de R$ 600 milhões. Essa empresa recebeu recursos de empresas controladas pelo doleiro Alberto Yousseff e tais repasses teriam sido repassados para Benedito de Lira e Arthur Lira.

Os dois não são alvos diretos da Operação Turbulência. Mas são investigados por suspeitas de recebimento de propina em contratos na Petrobras. Eles já tiveram R$ 4,2 milhões em bens bloqueados por decisão do ministro Teori Zavascki, relator do Petrolão no STF.

Procurado pela revista, o senador Benedito de Lira disse que já prestou esclarecimentos aos federais e que não tem contato algum com o doleiro Alberto Yousseff. Já Arthur Lira optou por nada comentar.

Leia abaixo reportagem na íntegra, que também está no endereço http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/empresa-fantasma-investigada-em-operacao-pagou-propina-a-senador-e-deputado:

Empresa-fantasma investigada na Operação Turbulência pagou propina a senador e deputado, diz PF

Senador Benedito de Lira (PP-AL) e o deputado Arthur César Pereira de Lira (PP-AL) teriam recebido propina por meio de uma empresa alvo da operação deflagrada hoje em Pernambuco

 

Operação Turbulência, deflagrada pela Polícia Federal nesta terça-feira, descobriu uma ligação entre uma organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro e o senador Benedito de Lira (PP-AL) e o deputado Arthur César Pereira de Lira (PP-AL), segundo revela documento sigiloso obtido por VEJA. Alvos da Operação Lava Jato, os parlamentares teriam recebido propinas por meio de uma empresa-fantasma que integra um esquema espúrio que movimentou cerca de 600 milhões de reais desde 2010.

“Uma das empresas utilizadas pelo grupo criminoso sob apuração – a Câmara & Vasconcelos Locação e Terraplanagem Ltda. – fora beneficiária de recursos provenientes de empresas controladas por Alberto Youssef, mais especificamente a Empreiteira Rigidez Ltda. e a MO Consultoria Ltda. Tais repasses suspostamente teriam sido efetuados como pagamentos de vantagens indevidas ao senador Benedito de Lira e ao deputado federal Arthur César Pereira de Lira, conforme acordos de colaboração premiada”, diz a PF, em seu pedido de compartilhamento de informações da Operação Lava Jato enviado ao Supremo Tribunal Federal, que deferiu o acesso ao inquérito envolvendo os parlamentares do PP.

As investigações que culminaram na Operação Turbulência se iniciaram em janeiro deste ano, após a PF receber um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão de inteligência ligado ao Ministério da Fazenda. De acordo com o documento, as empresas Geovane Pescados Eireli e Câmara & Vasconcelos Locação e Terraplanagem Ltda. registraram movimentações de recursos de forma atípica e suspeita. Ao longo das diligências, descobriu-se, então, que se tratavam de meras firmas de fachada, utilizadas para escamotear o fluxo de dinheiro sujo e o destinatário final. Tanto a Geovane Pescados, em nome de um pescador, como a Câmara & Vasconcelos Locação, de Paulo Cesar de Barros Morato, estão envolvidas na compra do jatinho Cessna Citation PR-AFA, que caiu em agosto de 2014 e matou o então candidato à Presidência Eduardo Campos (PSB), ex-governador de Pernambuco.

“O modus operandi apurado até o momento é bastante assemelhado ao investigado no bojo da Operação Lava Jato”, diz a PF, destacando que as informações da Lava Jato do inquérito envolvendo Benedito e Arthur Lira são de “extrema relevância”. Apesar de não serem alvos diretos da Operação Turbulência, os dois parlamentares são investigados em procedimentos que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeitas de terem recebido propina de contratos fraudados na Petrobras. Lira-pai e Lira-filho já tiveram 4,2 milhões de reais em bens bloqueados por decisão do ministro Teori Zavascki, relator do petrolão no STF.

Procurado, o senador Benedito Lira disse por meio de sua assessoria de imprensa que “não tem contato algum com o doleiro Alberto Youssef” e que “já prestou esclarecimentos à Polícia Federal”. “O único recurso que o PP recebeu foi uma doação de campanha no valor de 400 000 reais, que foi declarada na prestação de contas do partido”, disse. Procurado, o deputado Arthur Lira disse que não vai comentar.

Na Operação Turbulência, a PF prendeu os empresários João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite, Apolo Santana Vieira e Arthur Lapa Rosal. Lyra e Apolo são apontados como os donos do jatinho que levava Eduardo Campos durante a campanha eleitoral de 2014. A Justiça também expediu 33 mandados de busca e apreensão e 22 de condução coercitiva.

 


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